23.1.07

raças: Charolês






A raça charolesa já existia há mais de 50 anos a.C., onde evoluiu lentamente no passado, e com muita rapidez no século XX. O gado habitava a comarca de Charolais, na região central da França, entre os rios Loire e Sâone.

No Brasil, o charolês teve sua porta de entrada em Pelotas, no Rio Grande do Sul, em 1885. Nesta data dois reprodutores foram importados da França, pelo Governo Imperial, sob a influência de um médico veterinário francês, Dr. Claude Rebourgeon. Na época, Pelotas concentrava todos estabelecimentos industrializados de carne no estado: as charqueadas.



Características.

A raça é especializada em produzir grande massa muscular, com pequena capa de gordura, associando sua qualidade rústica e adaptabilidade a uma variedade climática do frio ao subtropical.

Um gado precoce e especializado em carne, destacando-se pelo grande rendimento de carcaça, estrutura física (conformação), com preponderantes características raciais e maturidade sexual.

O desenvolvimento muscular se traduz em produção de carne, onde o esqueleto é o principal membro para essa referência.

Destacam-se os principais aspectos da raça:

Fertilidade: desde sua chegada tem vivido e se multiplicado fortemente com destaque para o campo;

Habilidade materna: as mães criam seus bezerros no campo, isso por mais de 100 anos, desmamando-os com peso aproximado médio de 200kg (6 – 8 meses);

Grau decrescimento: por ser a campo, a raça pura se desenvolve muito rápido, em especial para os animais cruzados;

Eficiência de conversão alimentar: o tempo de desmame para o abate é menor;

Longevidade: existem vacas com idade superior a 10 anos com freqüência no campo, produzindo e desmamando bezerro pesados anualmente;

Qualidade de carcaça: Devido ao grau de crescimento muito rápido, bom desempenho na conversão alimentar, esses animais são abatidos mais jovens. O esqueleto é mais desenvolvido e produz carnes nobres, em melhores qualidade e quantidade.

Todos esses fatores estão ligado intrinsecamente; com isso o manejo do gado os torna mais eficaz em sua crias, beneficiando os efeitos da seleção genética.

A carne do gado charolês é uma das mais saudáveis, com pouca gordura e baixo colesterol. A raça está entre as três mais importantes para a produção de carne bovina e é utilizada nas variadas modalidades de cruzamentos, visando o ganho de peso destacando o seu rendimento na carcaça.



Cruzamento.

Atualmente existe mais de 4 milhões de charoleses distribuídos em mais de 70 países, nos cinco continentes e sob os mais variados climas. No fim do século passado, a raça recebia elogios aqui no Brasil, e os cruzamentos eram praticados com raças britânicas, hereford e durham.

Através do inglês Jacques Charmond, que aplicou os seus conhecimentos para o melhoramento da raça, inicialmente foram cruzados animais shortorn brancos de corte, fazendo seleção de precocidade e qualidade de carne. Com aptidão tripla: carne, trabalho e leite, a raça foi especializada em carne a partir do século XX.



Hoje com um plantel de 1.700 mil cabeças, o charolês está presente em toda a região Sul, e é uma ótima opção para o cruzamento com as raças zebuínas.



Ganho de Peso.

Apresentando excelente ganho de peso e carcaça de qualidade – com percentual muito elevado na carne líquida – importantes fatores na atividades, é comum ao charolês produzir novilhos precoces rústicos criadores a campo, atingindo aos dois anos 550/600kg. O Brasil produz cerca de 6.422 mil toneladas da produção mundial de carne bovina, segundo o Anualpec 99 e está entre os dez principais países que mais consomem carne no mundo, exatamente em 7º lugar, com 38kg de carne por habitante por ano.

O aprimoramento no desenvolvimento muscular, visado pelo charolês, pretende ajustar-se às necessidades desse mercado.



Melhoramento Genético.

O Promebo (Programa de Melhoramento de Bovinos de Corte) e o CDP (Controle de Desenvolvimento Ponderal) são os dois modelos, basicamente, que cuidam de melhoramento genético dos bovinos da raça charolesa, aqui no Brasil. Esses dois programas realizam testes de avaliação a campo e a seleção dos animais, nas cabanhas, sob o comando da Associação Brasileira de Criadores de Charolês – ABCC, que promove o trabalho, objetivando um continuo melhoramento genético da raça, buscando melhores adequação aos pecuaristas a às exigências das condições ambientais. Com um trabalho genético sério e persistente, altamente produtivo nos cruzamentos, principalmente na região do Brasil Central, onde está o futuro da produção de carne, a ABCC coroa, assim, a qualidade da raça.



Padrão da Raça.

A linguagem brasileira é resultante de três padrões distintos: o francês (animais de maior massa muscular), o inglês (gado mais elevado, mais comprido, mais moderno); o argentino (intermediário entre os tipos francês e inglês). Originou, assim, o charolês de pelagem clara e grande porte.

No mercado brasileiro, o charolês destaca-se pela boa altura e comprimento, pêlo curto, distribuição muscular harmônica, sem acúmulos de gordura, boa estrutura óssea, aprumos equilibrados e a capacidade reprodutiva avaliada por testes e exames adequados.

Tem pescoço musculoso; órbitas e olhos grandes; a testa e o focinho são largos; as guampas de cor marfim com pontas bege escuro; nos machos a nuca é mais forte com cornos grossos e curtos; o focinho é rosado.

11.1.07

Nathã Silva de Carvalho


Poderia Simplesmente seguir e copiar as atitudes do Pai, ou por referencia, o modelo gaúcho de ser pecuarista, começando por calçar Botas, vestir Bombachas, Saborear uma carne, percorrer os campos á cavalo, Servir um mate... Mas tudo isso é muito pouco. Existe algo mais pelas Campinas gaúchas do que simplesmente bois pastando. A Ciência evoluiu e a pesquisa genética é vital para a matéria prima do homem no campo: o Gado. Nathã Silva de Carvalho, 15 anos, Hoje um guri, amanhã, quem sabe, um outro Assis Brasil, grande liderança política e fazendeiro, importador de raças. O Pequeno Nathã reside em Alegrete/RS. É Repórter Mirim da Revista Melhore, que aborda cruzamento industrial ( Produção de carne) entre as raças de corte e outras revistas que divulgam exposições, criadores e tudo sobre as raças, tais como: Brahman, Nelore e Tabapuã. Também a revista Cavalos, direcionada para eqüinos. No oficio desde 2003, pesquisa raças Bovinas e diz que ama e adora o que faz. Para não deixar nada Para traz e nem perder seus apontamos, criou a partir de 2003, uma pasta com textos falando das raças ( Origem, características, aceitação no Brasil...). Tudo documentado por fotos. Nesta pasta contam 180 raças diferentes.

Participação em Feiras
Sua Primeira Expointer (Esteio/RS) foi em 2003, quando por durante um dia e meio, percorreu os pavilhões e as baias da feira, ocasião que nada sabia sobre raças. Naquele ano participou da exposição a raça Bovina de corte chamada Blonde d´Aquitaine, de origem francesa, por sinal pela ultima vez na Expointer e com apenas 5 exemplares. Tirou 40 fotos de Bovinos, como não sabia o que eram raças raras na expointer, o Blonde não lhe chamou a atenção. Mais tarde foi descobrir que não era uma raça fácil de se ter em Esteio, tanto que ela não participou mais da Exposição. Hoje Nathã se arrepende por não ter registrado em fotos a presença desta raça. Explica que isso acontece muito na Pecuária de Corte, de raças saírem fora do mercado durante um tempo e depois descobrirem nela, uma nova qualidade que faz com que ela volte e a aceitação seja maior. Outra raça, destaca, que esteve em Esteio em 2003 a Girolando, raça leiteira, originária do cruzamento da raça Holandês com o Zebuíno Gir Leiteiro. É muita aceita no Brasil, mas no Rio Grande do Sul é pouca difundida. Nesse sentido, Nathã revela que está preparando um Projeto para que seja iniciado um trabalho de divulgação e difusão junto com os criadores do Brasil central, através da Expointer. “Vamos expor os animais em 2007, de 25 de Agosto á 02 de Setembro”. A Idéia segundo ele, é mostrar os animais da raça e tentar influenciar na escolha que o produtor rural tem que fazer. Explica que o produtor comercial, que tem vacas leiteiras de diferentes raças e comercializa o leite para a industria, procura as melhores genéticas produtoras, quando vai comprar um touro de raça leiteira e tem que escolher entre as Principais raças do Rio Grande do Sul que são: Holandês, Jersey e Pardo Suíço. “Isso quero que aconteça também com o Girolando. Vamos introduzir essa genética que muito pode contribuir para a pecuária leiteira gaúcha”, leva fé o obstinado guri.
Sobre a questão das exposições, participou de 4 edições da Expointer e destaca a Expozebu em Uberaba/MG em 2005, feira que foi essencial para se aprender como realmente é a principal genética Zebuína. Gado que veio da Índia. “Queremos também introduzir mais ainda a genética zebuína aqui no Sul. De 200 para cá os zebuínos cresceram mais de 1000% tanto na utilização em cruzamentos e criadores de animais PO, quanto por demanda, principalmente nas raças Brahman e Tabapuã, além de Nelore e Gir ter crescido muito também.” Comenta Nathã sobre seu outro projeto de reconhecimento da grande contribuição genética do Zebu para o Brasil.

Superando Dificuldades
Pesquisando os preços de passagens e conversando com os Pais, pois queria muito ir á Expozebu. Acharam que era muita pretensão do Garoto. Mas com persistência e muito trabalho, dele e de toda a família, que se engajou para conseguir os recursos, foi obtido uma ajuda financeira junto aos criadores e Amigos. “Esse processo foi desgastante, mas recompensado ao se conseguir”.Para participar da Exposição o Pai foi junto e la dei muitas entrevistas para os canais de Televisão. Desta forma muitas portas se abriram. “Conheci o pessoal do Canal do Boi e criadores, que até hoje me ajudam para eu poder estar nas principais exposições. Também aproveitei para fazer muitos convites para a Expointer, no sentido, de trazer raças diferentes que podem contribuir para a Agropecuária gaúcha. Em Minas também fiz muitas matérias para as revistas que trabalho, conheci raças, criadores, consegui materiais e aprendi muito em conversas, palestras e contatos, o que contribuiu muito para o meu aprimoramento”.

Contribuições Especiais
Outro projeto de grande vulto que se refere Nathã. Ele conheceu esse ano o criador Fábio Rodas, proprietário da fazenda Água Milagrosa de Tabapuã/SP, fazenda que desenvolveu a raça Tabapuã, zebuína Mocha. “Ele me ajudou muito na estadia em Minas e mais o privilégio e oportunidade de conhecer a Feicorte.Lá, conheci mais criadores. São essas feiras que me ajudam a crescer a cada ano que passa. Tenho interesse em aprender e isso me motiva e faz com que eu vá atrás de informações com os criadores para conseguir material. Dia noite estou lendo, estudando, fazendo matérias para Revistas e as feiras são muito validas para isso”
Essas participações, revela, foram metas que estipulou em sua mente e que seriam atingidas, apesar do desgaste e do trabalho para conseguir os recursos.
Sempre motivado e lutando pelos seus projetos, acrescentou na agenda outras exposições que pretende visitar e buscar subsídios: Jaguariúna/SP e, quem sabe a Exposição de Palermo em 2007.
São cinco anos de estudos atrás da grande meta de ter sua própria fazenda, criar algumas raças e fazer o que gosta e que lhe satisfaz a cada dia. Esse é Nathã, que firmou os palanques da Mangueira, abriu as porteiras dos sonhos, saiu a Galope campo a fora e ninguém mais segura.

Esta foi uma matéria realizada em agosto de 2006, por um jornal de Restinga Seca/RS.

3.1.07

Raças: Limousin





Originário da zona centro- sul da França, onde imperam pradarias pobres e desmineralizadas e montes pedregosos, o ambiente do limousin corresponde ao verão com temperatura acima de 30º C. e inverno com nevascas chegando a até 1 metro de altura, onde a temperatura atinge –15ºC.

No Brasil, consta que em 1850 um engenheiro francês estava em Ouro Preto(MG), a trabalho, sob o mando de Dom Pedro II e ficou hospedado por um longo período em uma propriedade mineira. Fazendo uma grande amizade com o fazendeiro, o francês lhe deu de presente, para melhorar o rendimento do seu rebanho, um touro limousin. A partir daí outros exemplares foram importados, principalmente a partir de 1950.



Característica

A raça limousin é muito valorizado, no processo de seleção pois visa a fertilidade: segundo a Associação Brasileira de Criadores de Limousin(ABCL) o touro da raça é o único que emprenha mais de 50 matrizes zebuínas numa única estação de monta. Favorecido por seu bom aprumo, o touro limousin se mostra infatigável; e com a utilização da inseminação artificial, proporciona grande quantidade de esperma de qualidade de esperma de qualidade.

As vacas limousin têm boa fertilidade e facilidade de parto, apresentando regularidade de parições, com interpartos médio, inferior a 375 dias. A aptidão ao parto é uma das qualidades que a vem diferenciando de outras raças de grande tamanho e forte musculatura. A necessidade de cesariana ou ajuda no momento do parto ocorre em apenas 0,5% dos casos. Os bezerros são leves e com conformação para um nascimento fácil, pesando entre 4 a 6 kg menos do que outras raças de grande porte.

A duração da vida reprodutiva das vacas limousin gira em torno dos 10 anos, com média entre 8 a 11 anos. Criadores desmamam em média 93 bezerros para cada 100 vacas cobertas.

Os animais dessa raça são ideais para o confinamento, pois a finura do esqueleto se traduz em taxas percentuais de 12 a 13% de ossos na carcaça. As fêmeas possuem carne macia, mesmo aos 30 meses; os machos de 24 meses têm carne mais tenra que machos de outras raças, defende a ABCL.

O Brasil tem grandes áreas de cria e engorda, ocorrendo baixo nível nutricional nos períodos de entressafra(julho a novembro) e excesso alimentar de janeiro a maio. Caso o manejo seja inadequado, vai resultar em lucros no verão e prejuízos no inverno e outono. Para os criadores que buscam característica de fertilidade, precocidade e excelente acabamento de carcaça, essa é uma raça que preenche todos os requisitos solicitados, e o resultado não poderia ser outro: aumento de produtividade e melhor rentabilidade.

No que diz respeito à carne comercializáveis, o limousin mostra-se rentável, com alta porcentagem de carnes nobres, principalmente no quartos traseiros e na linha dorso.



Cruzamentos

Os cruzamentos industriais são iniciativas claras de que os produtores estão empenhados em buscar alternativas para produzir mais gastando menos. O cruzamento industrial entre raças européias, como o limousin, e zebuínas contribuem e muito para o aumento de produção no País.

Esses cruzamentos são as melhores alternativas para se obter um ótimo rendimento de carcaça. Os produtos 1 / 2 sangue limousin x zebu desmamam em média com mais de 240 kg equivalente a 60% do peso das mães zebuínas, permitindo ganhos para quem cria, recria, quem engorda e toda a indústria da carne.

No cruzamento industrial, através da inseminação artificial, já se cruzava as vacas 1 / 2 sangue nelore com o limousin, isso desde a década de 70 para uma melhoria do plantel, partindo a seguir para o cruzamento com as vacas puras.



Ganho de peso

A raça limousin tem a capacidade de produzir excelentes carcaças (14% a menos de gordura); a maciez e seu alto valor nutricional, comprovam a produção de carne de alta qualidade. A finura do esqueleto se traduz em taxas com índices de 12 a 13% de ossos na carcaça. O limousin ganhou o reconhecimento mundial: na França, por exemplo, os comerciantes chegam a pagar 10% a mais pelo quilo de sua carne.

O rendimento de carcaça chega aos índices de 57 a 61%, sem contar o ganho adicional de 9 a 12% de carne líquida, macia e saborosa, após a limpeza e desossa da carcaça. O ganho de peso vivo desde o desmame até o abate, faz o bezerro produzir 145 kg de carcaça e 125 kg de músculos.

O limousin tem um potencial muscular de 620 g/dia no ganho de peso, e registra de 1.200 a 1.350 g/ dia para os bezerros (pós- desmama).



Melhoramento genético

Amilcar Farid Yamim, presidente da ABCL, acredita que enquanto não se confirmar a exportação genética, o mercado interno se movimentará aumentando em 150% a comercialização do sêmen de limousin; os pecuaristas nacionais têm uma vasta bateria de touros para atender a necessidade do melhoramento genético.

A utilização da inseminação artificial, tanto no gado de leite quanto de corte, trouxe um grande avanço para a raça, além das importações de sêmen, embriões congelados (variabilidade genética) e animais vivos.

O limousin é uma das raças de corte que mais utilizam a técnica de transferência de embriões, acelerando assim genética de alta qualidade.



Padrão da raça

Pinturas datadas de 7.000 anos atrás mostram animais de uma raça bovina de cor marrom- avermelhada, com chifres claros e pontiagudos, boca larga e musculatura abundante, apresentando forte semelhança com o gado limousin atual.

Criadores no século 20 definiram o limousin um animal com estrutura média; pelagem de cor vermelho dourado escuro, com as extremidades de cor trigo; também notaram o desenvolvimento de animais de peito largo; lombo forte; inserção de cauda perfeita e grandes massas musculares nos quartos traseiros. Seu produto final é um animal eficiente, rústico e adaptado aos diversos climas e temperaturas.