12.2.07

raças: Shorthorn

Pelagem Vermelha
Pelagem Branca
Pelagem Rosilha


Origem da raça

Noroeste da Inglaterra, nos condados de Northumberland, Durham, York e Lincoln, através da união do antigo gado Holderness e do gado Teeswater no fim do século XVIII.
O real desenvolvimento da raça ocorreu no vale do rio Tees por volta de 1600. O grande tamanho dos bovinos que habitavam aquele fértil vale tornaram-se conhecidos como bovinos Teeswater.
É uma das mais antigas das raças para corte e a segunda raça de bovinos a ter suas características fixadas, a sofrer um processo de melhoramento genético e a primeira a ter uma associação de registro.

História da raça

É dito que o Shorthorn original, como um tipo britânico antes que um termo geral para os bovinos de chifres curtos, foi criado pelos Duques de Northumberland no século XVI e provavelmente descendesse de uma mistura de bovinos vermelhos Anglo-Saxões com bovinos vermelho e branco holandeses "Hollanders" e "Zeelands" que foram retratados na pintura "The Young Bull" de Paul Potter. Este gado Holandês não era do tipo Frísio, mas um tipo antigo o qual foi devastado pela praga bovina na Holanda em 1745.
Foi após o século XVIII que a história do Shorthorn começou a ser claramente registrada. Eles eram geralmente conhecidos como uma raça holandesa e era encontrada apenas na costa leste da Inglaterra.
Os Tynesides Shorthorns eram muito similares ao Ayrshire em 1790, e igual a este ao fim de 1887, havia uma raça holandesa, o Drenthe, o qual era exatamente como o Ayrshire deste tempo. O Drenthe, o Hollander e o Zeeland eventualmente desapareceram para o surgimento do Meuse-Rhine-Yssel.
Durante o século XVIII, o bovino local Teeswater era superior, encontrado no noroeste da Inglaterra ao redor de Darlington, e os Durhams eram bem reputados por sua conformação e habilidade leiteira, foi sendo sistematicamente melhorado por vários criadores notáveis. As técnicas de seleção usadas tornaram-se projetos para outros criadores e asseguraram que o Shorthorn expulsasse rapidamente a raça Longhorn selecionada por Bakewell, o qual tinha grande prestígio até então.
Os mais famosos e influentes criadores de Shorthorn foram os Irmãos Colling na área de Darlington; Charles Colling nasceu no ano de 1751 em Ketton Hall e Robert Colling nasceu em 1749 em Barmpton, os irmãos Colling desenvolveram um tipo de animal mais leiteiro usando, ironicamente, o método de cruzamento fechado por consangüinidade de Bakewell, para fixar as características de seus rebanhos, mas sem usar um excessivo "inbreeding". Em certa etapa da seleção, Charles introduziu um touro meio sangue Galloway mocho, oriundo de uma vaca Galloway vermelha.
Seguindo o exemplo dos Collings, a divergência de tipos foi mantida pela família Booth de Killesby e Wallarby, Yorkshire, que em 1790 iniciaram a selecionar o Teeswater para carne, continuando esta seleção até 1919; Thomas Bates de Kirklenvington em Yorkshire, nascido em 1775, selecionou seu rebanho para leite, ambas famílias fizeram uso total do rebanho dos Colling na 1a metade do século XIX. Por volta de 1800, o novo Shorthorn era a maior raça britânica em tamanho, sendo que os touros mediam 152 cm na altura das cruzes. Um famoso touro Durham, filho de Favourite em uma vaca comum, tinha 165 cm de altura e pesava 1375 kg com cinco anos de idade em 1801, quando foi exibido por todo o país, permanecendo como uma estrela até deslocar seu quarto traseiro em 1807, sendo então abatido.
O 1o Herdbook da raça Shorthorn, de fato o 1o Herdbook do mundo, foi publicado privadamente por George Coates em 1822 e a "Shorthorn Society" foi incorporada em 1875.
A raça espalhou-se rapidamente para a Escócia com o famoso criador Amos Cruickshank e em seguida veio para a América do Norte em 1783. Quando os primeiros animais foram introduzidos no estado da Virginia, a raça foi associada ao nome "Durham". Foi a primeira raça melhorada a ser importada para a América, e as qualidades que os animais possuiam fizeram com que tivessem grande demanda e sua influência espalhou-se rapidamente por toda a América do Norte.
Em 1823 um touro Shorthorn, Tarquino ou Tarquim, foi exportado para Buenos Aires, iniciando uma longa história da influência do Shorthorn na produção de carne da América do Sul. Durante o século XIX o Shorthorn tornou-se a raça mais popular da Inglaterra e teve esmagadora dominância no rebanho nacional inglês. Em 1916 o registro incluía mais de uma dúzia de tipos identificados, e a raça espalhou-se para a Escócia, Irlanda, América do Norte, Austrália e todo continente europeu. A França importou consideráveis números entre 1850 e 1860 e tornou-se uma útil reserva de linhagens as quais estavam extintas na Inglaterra.
No Brasil, a raça teve seu Herdbook aberto no ano de 1906 com o touro importado "Count Barrington", o registro foi feito pelo então chamado Registro Genealógico Riograndense, hoje Associação Nacional de Criadores Herdbook Collares. A raça era usada no estado do Rio Grande do Sul muitos anos antes desta data.
Nos tempos da 1a Guerra Mundial, o Shorthorn foi descrito como a raça bovina mais amplamente distribuída, tanto na sua origem como no exterior, e excedia outras raças puras na Bretanha enquanto que a maioria dos cruzamentos comerciais tinham sangue Shorthorn.
Em adição, a raça foi amplamente exportada e teve importante papel na formação ou melhoramento de muitas outras raças, sua influência foi provavelmente a maior entre todas as raças, exceto talvez pelo Frísio, e sua adaptabilidade é legendária.
Contudo, os números de Shorthorn puro na Grã Bretanha caíram fortemente neste século, particularmente nos últimos 30 ou 40 anos, de por volta 25.000 animais em 1950 a não mais de 3.000 em 1980.

Pelagem


Os padrões básicos de pelagem são vermelha, rosilha ou ruão, branco e vermelha e branca.
Os animais vermelhos podem ser tapados ou apresentar partes brancas, especialmente na linha baixa (peito, barriga e virilha), vassoura na cauda e estrela na testa.
Os brancos devem apresentar couro branco ou róseo (desclassificar os amarelados), pêlos vermelhos ao redor dos olhos, boca, narinas e orelhas.
A raça Shorthorn, tem por característica racial a presença de três tipos de pelagens, a vermelha, a branca e a rosilha, porém alguns criadores preferem dizer que a raça tem quatro pelagens, incluíndo assim o padrão vermelho e branco.
As pelagens dos bovinos podem ser agrupadas em três classes:
Pelagens simples - Pêlos de apenas uma coloração, não se distinguindo matizes de nenhuma classe.
Pelagens duplas - Pêlos de duas cores diferentes, que podem estar mesclados ou em manchas.
Pelagens triplas - Este tipo de pelagem é raro de ser encontrada em bovinos puros, porém, existem raças definidas que apresentam essa classe, como a raça Normanda e em bovinos crioulos. Este padrão é mais comun em animais cruzados ou em raças sintéticas.
A raça Shorthorn, apresenta apenas pelagens simples, vermelho e branco, e pelagens duplas, rosilho e bragado ou vermelho e branco.
O branco e o negro, parecem ser as pelagens mais primitivas dos bovinos, havendo autores que sustentam que o amarelo seja uma cor inicial. O negro é dominante sobre outras pelagens, e o branco é cada vez mais raro.
Branco - Pelagem recessiva, não sendo um branco perfeito, podendo apresentar pêlos vermelhos nas orelhas e ao redor do focinho, Shorthorns brancos existem, porém pelo fator pelagem são menos apreciados que os rosilhos, que por sua vez são menos preferidos que os animais vermelhos tapados, os quais dão um ponto de vista mais estético aos animais no campo.
Vermelho - Cor preferida pelos criadores de Shorthorn, os animais desta pelagem são preferidos, pois dão um ponto de vista mais estético ao campo povoado com animais desta coloração.
Rosilhos - É uma mescla de pêlos vermelhos e brancos, e segundo, dominam as pelagens vermelho e branco. Há casos de animais "mouros", que é uma mescla de pêlos brancos e negros, isto ocorre em animais oriundos da cruza de Shorthorn branco com Aberdeen Angus negros.
Vermelho e Branco - Mistura de pêlos vermelhos e brancos, porém, com manchas definidas ou bragaduras. As cruzas de animais vermelhos X vermelhos e brancos X brancos, dão respectivamente somente animais vermelhos e brancos. Cruzando animais vermelhos X brancos, se obtem uma alta porcentagem de animais rosilhos, e animais rosilhos quando cruzados com vermelhos, brancos, bragados ou rosilhos, dão aproximadamente 40% de animais rosilhos. Pode-se afirmar que não é dificil se formar um grupo de Shorthorn estável de pelagem rosilha.
O rosilho é uma pelagem característica da raça Shorthorn e cruzando-se animais brancos X vermelhos, originam animais rosilhos. Isto se deve ao fato de que geralmente os brancos são descendentes de animais cruza rosilhos, apresentando portanto este fator de pelagem.O rosilho se comporta como um híbrido entre o vermelho e o branco.
No geral se acredita que um touro rosilho escuro tem maior probabilidade de gerar terneiros vermelhos e menor de gerar terneiros brancos que um rosilho claro. Experiências feitas não confirman esta crença. Aparentemente um Shorthorn rosilho claro carrega um fator para o vermelho com tanta segurança como um animal rosilho escuro, porém possivelmente, também carrega um fator "manchado" que é diferente ao do fator rosilho. É possivel que o fator de manchas possa estar ausente em touros rosilhos escuros de cores surpreendentemente uniformes, porém, isto não tem nenhuma informação definitiva.

Associações

A ANC "Herdbook Collares" é a entidade detentora do registro genealógico da raça Shorthorn no Brasil, esta entidade vem fazendo o registro da raça desde o ano de 1906, quando foi inscrito o touro "Count Barrington", touro de pelagem vermelha procedente da Inglaterra, nascido em 03 de abril de 1897, propriedade do Sr. Martim Silveira. A Associação Brasileira de Criadores da Raça Shorthorn é a entidade que promove a raça, congregando os criadores.