30.5.07

Raça Wagyu participa pela primeira vez e será destaque da Feicorte 2007

A maioria dos animais da raça são de pelagem preta Red Wagyu - pelagem vermelha
Carne marmorizada: Gordura estremeada entre a carne
garante um melhor sabor valorizado no mercado

Raça japonesa, que produz carne premium, será mostrada na argola e no prato

A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu (ABCBRW) e o Grupo Rubayat se juntaram para divulgar a raça bovina Wagyu, de origem japonesa, da fazenda ao prato. O objetivo é disseminar a genética do Wagyu entre os produtores brasileiros, apresentando animais top bem em frente ao restaurante que o Rubaiyat está montando no Centro de Exposição Imigrantes, para a Feicorte 2007, programada para 19 a 23 de junho em São Paulo (SP).

Na Feicorte, os visitantes terão a oportunidade de conhecer raça e saber um pouco de sua história, desde a seleção no Japão até sua introdução no Brasil. A feira contará com 45 animais em exposição e um restaurante estrategicamente montado na entrada do recinto de exposições.

“Essa é uma excelente oportunidade para divulgarmos a eficiência da raça e apresentar o Tropical Kobe Beef, uma de nossas marcas premium, resultante do cruzamento entre bovinos Wagyu com vacas da raça Brangus. Nossa expectativa é servir no restaurante mais de 3.000 visitantes nos cinco dias de exposição”, afirma Belarmino Iglesias, proprietário do Rubaiyat.

Segundo Rogério Satoru Uenishi, superintendente técnico da ABCBRW, o rebanho brasileiro conta com um plantel aproximado de 1.000 animais puros e 10.000 exemplares de diferentes graus sanguíneos, oriundos de cruzamentos com raças zebuínos e européias. A entidade conta com 30 associados, espalhados principalmente por São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, entre eles a Fazenda Rubaiyat.

“O Brasil concentra a maior população de bovinos comerciais do mundo, constituída basicamente por animais de raças zebuínas. O Wagyu tem grande potencial para se tornar uma das melhores opções para o cruzamento industrial. O marmoreio é a principal característica responsável pelos teores de sabor e suculência da carne. Essa é uma das principais características do Wagyu. Testes com animais ½ sangue Wagyu e Zebu comprovaram que sua carne apresenta excelente grau de acabamento de cobertura de gordura e marmoreio”, diz Uenishi.

A associação planeja grandes ações para promover o Wagyu no País. Entre elas está a realização de um leilão, primeiro no Brasil, com a oferta de aproximadamente 40 lotes, e a criação de um simpósio que deve contar com a participação de especialistas do Japão, Estados Unidos e Chile, países com grandes concentrações de bovinos da raça.

A Fazenda Rubaiyat é referência quando o assunto é qualidade da carne. O grupo é um dos que mais investem em técnicas de melhoramento genético para promover o rendimento de carcaça do rebanho e potencializar as características de maciez, sabor e suculência exigidas pelos consumidores. O grupo está empenhado em um programa de melhoramento da raça Wagyu para a produção de embriões em larga escala, na intenção de contribuir com a multiplicação da raça. Neste ano, o Rubaiyat contará com 5.500 vacas inseminadas com genética Wagyu, resultado de uma parceira com a Yakult. O Tropical Kobe Beef é uma das iguarias gastronômicas mais apreciadas nas casas do Rubaiyat.

Histórico – O Wagyu é uma raça milenar japonesa, conhecida desde a época dos Samurais. O gado originário da Ásia foi introduzido no Japão por meio da Península Coreana em meados do século II, com o objetivo de fornecer tração para o cultivo de arroz. Os primeiros exemplares foram importados para Shikoku, região montanhosa do Japão, mas a dificuldade no transporte causou lentidão na migração do gado e resultou em seu isolamento em pequenas áreas.

Durante 1.200 anos a carne bovina foi consumida de forma moderada no Japão, devido à religião. O Budismo e o Shintosmo restringiram alguns consumos alimentares, entre eles o de carne bovina, que foram suspensas em 1868 por meio da “Restauração Meiji”. O rebanho bovino no Japão ficou permanentemente fechado por mais de 200 anos. Com a “Restauração Meiji”, o governo encorajou a importação de outras raças para a cruza, mas em 1910 constatou-se que essa ação não havia sido benéfica e, mais uma vez, o rebanho nacional foi fechado. Até hoje a seleção é restrita exclusivamente para a raça devido a excelente caracterização de marmoreio de sua carne. Sua pelagem pode ser Preta ou vermelha.

No Japão cada cabeça custa em média cerca de R$ 70 mil. O quilo da carne é negociado no varejo ao equivalente a R$ 900,00 preço que se caracteriza pela qualidade do marmoreio na carne e todo o manejo no qual o animal foi mantido.

Wagyu no Brasil - A Yakult, empresa de inseminação artificial sediada em Bragança Paulista (SP), é pioneira na importação de animais e sêmen dos Estados Unidos. A importação teve início em 1992 e em 1996 a compra de genética 100% japonesa foi intensificada via Canadá e Estados Unidos. A Yakult promove o melhoramento genético do Wagyu, com foco na produção de animais de alto valor genético. Esse trabalho foi reconhecido por outros pecuaristas, dando início a disseminação da raça. Por enquanto, os pecuaristas que trabalham com o Wagyu ainda não estão produzindo animais com níveis de marmoreio obtido pelo Japão, principalmente em função de trabalhar com animais cruzados. Os restaurantes de elite no Brasil chegam a pagar até R$ 120 pelo quilo de carne de Wagyu.

NO Rio Grande do Sul, o Wagyu começa a sua história. As Fazendas Santa Terezinha de Eduardo Borges de Assis de Jaquirana e o criador Carlos Ely Junior da Fazenda Invernada do Morro Agido de Gramado. O Projeto iniciou com a implantação de 30 embriões importados, além de inseminação em vacas para cruzamentos. Eduardo Assis, Tradicional criador de Simental e Simbrasil, já está importando animais Puros, inclusive do Uruguai. Se Chegarem á tempo, irão participar da Expointer 2007 de 25 de Agosto á 02 de Setembro em Esteio/RS.