14.12.06

Raças: Aberdeen Angus




O berço da raça Aberdeen Angus é a Escócia e seu nome foi tomado dos condados onde começou o seu desenvolvimento: Aberdeen e Angus. A história registra a existência dos “vacuns mochos pretos”, no condado de Angus, antes do século XVI e sua origem é tão remota que é impossível precisar como e quando apareceram. O primeiro reprodutor Aberdeen Angus a entrar no Brasil foi o touro Menelik, em 1906, da criação de Felix Buxareo y Oribe, do Uruguai. O touro foi importado pelo pecuarista Leonardo Collares Sobrinho, de Bagé, município situado na fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai.

Características

O Aberdeen angus se destaca entre as raças taurinas por reunir um grande número de características positivas que lhe asseguram um excelente resultado econômico como gado de corte. O conjunto de suas característica a tornam uma raça completa. São encontrados dois tipos de animais, segundo a cor do pêlo: o preto (black angus) e o vermelho (red angus).Na busca de uma pecuária mais eficiente, quando planeja - se um cruzamento, o produtor deve ter em conta não só a utilização de novilhos pesados e precoces, mas também de fêmeas de reposição que tenham alto índice de habilidade materna, períodos entre partos curtos e alta resposta reprodutiva, quando à repetição de crias. Através de sua fertilidade, o gado angus proporciona aos seus criadores um grande rendimento, tanto pelo número de bezerros nascidos, quanto pela quantidade de quilos obtidos por hectare. A longevidade, associada à fertilidade, representa ao final mais crias produzidas.Segundo a Associação de Criadores, em comparação com outras raças, o aberdeen angus tem demostrado que, nas mesmas condições alimentares, atinge mais cedo a puberdade e o estado de abate. A precocidade do angus reflete - se no abate de novilhos jovens, que, além de uma necessidade mercadológica, é fator fundamental de uma pecuária de retorno mais rápidos.A rusticidade é facilmente identificada pelo grande número de animais (machos e fêmeas) espalhadas pelas várias regiões climaticamente diferentes do país, mantendo suas qualidades inalteradas. O angus mostra maior resistências a enfermidades, grande adaptação às condições ambientais dos territórios onde é criado, seja com temperaturas extremas, altas ou baixas, solo seco ou alagadiço, campos altos ou abrigados, pastagens ricas ou pobres. Mesmo em situações adversas, as fêmeas angus produzem bezerros e os amamentam adequadamente, nem que para isso tenha que sacrificar parte de sua “gordura marmorizada”. A facilidade de parto gera um terneiro de porte médios, não muito pesada ao nascer; o ventre angus tem reduzido desgastes na parição, o que abrevia a sua recuperação pós - parto, favorecendo a repetição de cria e diminuindo o entervalo entre partos.A qualidade de carne é um dos atributos excepcionais da raças aberdeen angus, garantido - lhe uma posição de liderança, evidenciada através da opinião de autoridades do setor, e confirmada nos principais mercados produtores. O aberdeen produz um animal com alta qualidade de carne, apropriada não só para o mercado interno, como também para exportação: este animal apresenta de 3 a 6 mm de gorduras (exigências européias) e sua carne é marmorizada (gorduras entremeada na carne). A perfeita e uniforme distribuição da gordura no tecido muscular lhe confere um aspecto muito mais atraente, maciez e sabor singular.

Cruzamento Industrial

Os cruzamentos industriais estão cada vez mais difundindo na pecuária.A raça aberdeen angus tem participado destes cruzamentos porque imprime nos seus descendentes maior fertilidade, rusticidade e velocidade no ganho de peso. Existem três esquemas alternativos de cruzamentos industriais, tendo sempre como base a utilização de aberdeen, na variedade preta ou vermelha.

1) Sistema alternativo com duas raças

É um sistema simples em que se deve usar a raça aberdeen angus com qualquer outra raça, seja da espécie taurina ou zebuína. Utiliza – se o touro angus com a raça B, vendendo – se os novilhos e conservando – se as novilhas. As novilhas meio sangue serão cruzadas com a raça b e os ventres desses cruzamentos com angus.

2) Sistema Tricross Rotativo

No sistema rotativo com três raças, coloca – se um touro zebuíno sobre ventres aberdeen. Os novilhos são vendidos. As novilhas serão conservadas para cruzamento com uma raça taurina européia, compatível com o tamanho do aberdeen. As filhas do cruzamento com o europeu serão acasaladas com angus, cujos descendentes voltam com o zebuíno.

3) Sistema Tricross Terminal

No tricross terminal, usa – se o touro aberdeen angus numa raça zebuína ou taurina européia compatível com ele. As filhas deste cruzamento são conservadas na propriedade para serem acasaladas com uma raça C, ou terceira raça. Essa terceira raça deve ser, de preferência, de grande porte, porque todos animais, machos e fêmeas, irão à venda. Nesse sistema é preciso ter sempre a raça angus mais outra, porque as filhas do terceiro cruzamento são eliminadas da propriedade.

Ganho de Peso

O ganho de pese de terneiros, do nascimento ao desmame, é altamente dependente das condições alimentícias. No cruzamento de aberdeen angus com diversas raças, constatou – se aumentos de 5 a 15% de heterose para peso ao desmame, o que destaca a maior habilidade materna da vaca cruza. A produção de novilhos é largamente afetada pelo cruzamento e apresenta variações positivas de 4 a 15% no ganho de peso diário, de 0,5 a 3% no rendimento de carcaça fria, de 0,5 a 2% para os dados de tipificação de carcaça.

Melhoramento Genético

Um programa visando o melhoramento genético de bovinos de corte é realizado anualmente pela Associação Brasileira de Criadores de Aberdeen Angus, em conjunto com outras entidades. Este programa utiliza o Teste de Avaliação a Campo de terceiros angus. Os animais iniciam os testes com idade média de sete meses, mantidos em campos nativos e em pastagens cultivadas. Quando da conclusão do programa, são pesados e avaliados em suas performances. Para serem aprovados, além do ganho de peso, os animais devem superar parâmetros de características raciais, tamanho corporal, conformação muscular, aprumos, reação ao ambiente e potencial de cobertura.

Padrão da raça

Cabeça: de tamanho médio, mediamente alongada, de perfil entre ligeiramente côncavo a reto, “Poll” bem definido, especialmente nas fêmeas. Olhos amplos, bem separados. Orelhas de tamanho médio nos machos e grandes nas fêmeas.

Pescoço: de comprimento médio com musculatura firme.

Corpo: comprido, de profundidade média, dorso e lombo amplos e compridos, quartos muito amplos, pernas amplas, grossas cheias.

Pele: de espessura fina a média, de pêlos finos, curtos e densos.

Cor: preto ou vermelho. Os pêlos brancos com pele clara. O úbere pode ter manchas brancas desde que abranja parcialmente sua superfície.

Associação: www.angus.org.br

1 Comments:

At 12 março, 2011, Blogger Unknown said...

Acho que o texto está bom, mas considero que o padrão da raça poderia ser mais objetivo. Por exemplo dizer que as orelhas da raça Aberdeen Angus devem ser grandes não está certo, pois em Relação às raças zebuínas Gir, Guzerá Brahman ou Indubrasil elas são muito pequenas. Com Relação às raças Charolês, Pardo Suiça ou Simental as orelhas dos animais Aberdeen Angus também são pequenas. Eu acho que poderia ser dito que as orelhas dos indivíduos Aberdeen Angus são eretas, pois o são mais do que em qualquer outra raça e isso é uma característica da raça. Outro ponto importante a frizar é que a duração da gestação da raça Angus é a menor dentre as raças de corte de distribuição significativa no mundo e isso tem importância tanto no encurtamento do ciclo produtivo como na maior facilidade de parto das matrizes pelo menor peso ao nascer dos seus produtos, o que resulta num menor tempo para recuperação do trato reprodutivo pós parto e consequentemente num menor intervalo entre partos.

 

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